sábado, 7 de agosto de 2010

CARTA À AMIGA QUE PARTIU

Querida amiga, nossa alma está de luto, nossa indignação não se contém, roubaram do nosso povo tua breve e brilhante vida de generosa entrega à causa do AMOR por todos os seres , sem qualquer discriminação.

Choramos tua partida... Tua ausência já sentida...

Como mulher, filha, mãe, amiga, profissional, voluntária e cidadã, contribuiu para que essa terra se tornasse um lugar melhor, para que cada pessoa pudesse se sentir bem na tua presença, e fez isso com seu acolhedor abraço, seu sorriso carinhoso, seu servir estampado de afeto genuíno. Ser Cristã é isso, amar é servir, amor materializado é solidariedade, sair do seu lugar de conforto para prestar seu serviço a quem precise dele. Ser generosa é mais que isso, é dar o melhor que se tem a todos que se acercam de nós, é dar o melhor de si mesma, seu olhar, seu ombro, sua companhia, seu sorriso franco e sempre iluminado pelo afeto do seu gesto.

Procuro o sentido da tua morte... A que emprestou tua vida?

Todos perguntam o ‘porquê’ e eu costumo perguntar ‘a que’ veio para todos nós essa tragédia acontecida a uma pessoa como você, que só fazia o bem ao mundo? Não temos respostas para todos os ‘porquês’ da nossa existência, e mesmo que tivéssemos, não nos satisfaríamos com suas razões frente à dor sentida, não podemos apegar-nos à dor, mas utilizá-la para um mergulho profundo nos nossos subterrâneos, e diante da tua morte perguntarmos a nós mesmos o que fazemos com nossa própria vida, a serviço de que estamos nesse mundo?

Nessa despedida, amiga, quero agradecer a lição de humildade, solidariedade e generosidade que, com tua amizade e exemplo, tocou profundamente minha alma durante toda a tua existência nesse plano, e a consciência de que posso tornar-me uma pessoa muito melhor colocando-me mais e mais a serviço do outro, como você sempre fez.

Diante da tua ausência, sinto-me convocada a arregaçar minhas mangas e trabalhar mais pelas causas humanitárias, acolher seus filhos e os órfãos dos teus cuidados, tentar preencher um pedacinho da imensa lacuna que você deixou. E por esse sentimento que desperta em mim, minha imensa gratidão...

Tenho a certeza que, de onde estiver, continuará acalentando os nossos corações, sorrindo para nossas almas, emanando LUZ ao mundo.

O AMOR não morre, jamais!



Joana Carolina Paro.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

VIVER E SONHAR

Sonhar, sonhar, sonhar... Ahhhhhh (suspiros) ... Como é bom sonhar!


A imaginação é mesmo um belo presente que recebemos do Criativo lá de cima, do Grande Mistério desse universo infinito. Com ela, vamos onde queremos, construímos uma vida idealizada, resolvemos todos os problemas do mundo dos homens, enchemos de flores e encanto a vida à nossa volta...


Sonhamos em ser aquilo que ainda não somos, fazer coisas que nos parecem impossíveis, conquistar espaços inusitados, viver de amor!


Ícaro sonhou voar um dia e construiu suas próprias asas, Gandhi sonhou com a libertação de seu país e realizou uma longa e pacífica revolução até ensinar ao mundo que a PAZ é o caminho, Che Guevara pagou com a própria vida o sonho de liberdade e igualdade para os povos oprimidos, homens e mulheres sonham com o sucesso e a realização de seus desejos, com a felicidade no amor sensual e na família. Temos sonhos coletivos de justiça e fraternidade e cada um acalenta seu sonho individual, criado por seus talentos, por suas necessidades pessoais, por algo que muitas vezes nem conseguimos explicar. Temos sonhos de consumo, desejos fabricados pela invasão da mídia, sonhos de poder e também sonhos que nos revelam segredos enquanto dormimos. Sonhos são nossas estrelas –guia, apontam um lugar para onde ir, uma razão pela qual lutar, dão sentido aos nossos dias, colocam-nos em marcha para o futuro. Por isso, é preciso sonhar...


Mas chega uma hora que não dá mais para adiar, de repente apenas sonhar parece-nos vazio e sem propósito, é hora de colocar a mão na massa e trabalhar duro pela realização dos sonhos, é hora de acreditar neles, avaliar seus conteúdos, confiar no seu potencial e construir trilhas, abrir clareiras, buscar os instrumentos adequados para semear suas idéias em férteis terrenos, por mais estranhas que pareçam ser. Foi assim que as coisas mais fantásticas que temos no mundo aconteceram, pela imaginação de alguém que acreditou ser possível e buscou incansavelmente maneiras de realizar.


Nós criamos nossa própria realidade, passamos do destino herdado ao destino escolhido quando somos capazes de acreditar na capacidade e no talento que recebemos para cumprir nossa missão por aqui. E isso é coisa séria, nossa missão por aqui.


Einstein já dizia que somos feitos da mesma matéria de nossos sonhos, a física quântica comprova que tudo é energia, que é a energia em forma de pensamento refletida na rede holográfica do universo que se transforma em realidade, matéria física, fatos. Nossos pensamentos determinando os acontecimentos nos nossos dias. Mas não como um passe de mágica, é sem mística alguma, a realidade é feita de trabalho sempre, as conquistas são resultantes de laboriosas jornadas recheadas de escolhas e renúncias, mas também de inconsciência e ignorância.


Pelo caminho, vamos recebendo tudo que precisamos, os sinais, as pessoas certas, as duras pedras que machucam nossos pés , o poço de água pura, as estrelas em noites de profunda escuridão, os duendes e as fadas guardando nosso sono, as frustrações e as dores que tornam-nos mais humanos e humildes, a luz do sol revelando toda a beleza da paisagem a percorrer, as lágrimas para lavar a alma no sofrimento e brilhar os olhos na alegria, o sorriso para brindar o encontro com o outro olhar, os abraços acolhendo o cansaço, o erro para reforçar o aprendizado, o elogio para dar força no trajeto, a crítica para aprimorar, o contentamento de saber-se o arquiteto da própria vida, a graça de ser o mentor dessa grande aventura que é a existência terrena.


A hora é sempre agora!











sábado, 16 de janeiro de 2010

MUDAR A DANÇA

Já é ano novo gente! Hora de colocar em prática todas aquelas inúmeras promessas de mudanças, reavaliar o compasso que pautamos nossas notas, balançar as cadeiras em outros ritmos, solfejar em outro tempo! Ousar novos passos, atrever-se a dançar em outros braços!


Gostaria de começar o ano com suaves mensagens de amor e esperança, com uma matéria inspiradora de passeios internos que levam alento aos corações feridos e aconchego às almas solitárias, falar da necessidade de cuidados pessoais e amor próprio como base das relações com o resto do mundo; mas meu coração está aflito com o que meus sentidos captam da humanidade... Minha alma sabe que não é isso que pode salvar qualquer um de nós de toda a destruição que vai à nossa volta, e que a VIDA é muito maior que nosso pequeno universo particular.


Já é tempo de olharmos para o mundo que estamos consumindo, com maior responsabilidade! Não dá mais para disfarçar, fazer de conta que não é com a gente esta história de salvar o planeta, nossa MÃE, nossa casa, nosso seio. Não dá mais para não tomar posição diante da destruição dos valores que garantem a vida em todas as suas dimensões, não dá mais para correr atrás da individual felicidade enquanto o mundo desaba.


Meu querido Mestre Pierre Weil dizia e reforçava sempre em suas palestras, que precisamos ‘perder a ilusão da separatividade’, tudo que acontece lá fora, acontece dentro de nós, e que precisamos quebrar o pote e entender de uma vez por todas que somos ondas esquecidas de que somos mar! Navegantes do imenso oceano cósmico como uma de suas células, poeira de estrelas, humanóides normóticos em suicídio coletivo!


O terror das guerras no mundo reflete-se em nós em crises de pânico; as aberrações e desmandos políticos, as lutas por todos os tipos de poder, causam insegurança e transtornos de ansiedade com fobias intermináveis; a fome das crianças e a opressão das mulheres no mundo fazem da esperança uma palavra sem sentido, a falta de AMOR esmaga vidas em intensas crises depressivas enquanto o ritmo acelerado das competições fabrica neuroses das mais requintadas espécies... Estamos muito doentes!


Não tenho respostas prontas para nada, não sei quais são os caminhos para nossa salvação. Mas sei que acredito nela. Diante da impotência de reconhecer as direções, atrevo-me a abrir picadas e explorar virgens espaços, assumir o desespero diante da tragédia que nos apresentou a última reunião dos ‘poderosos’ pela salvação do planeta, e gritar bem alto esse pedido de SOCORRO pela VIDA. Gritar para que possam ouvir os seus próprios gritos, prestar mais atenção na posição tomada diante do iminente caos.


Ainda bem que hoje sei que as perguntas são mais importantes que as respostas, pois elas não encerram o processo de aprendizagem e construção do conhecimento. As perguntas devem ser as grandes aliadas da nossa evolução pessoal, promotoras de encontros entre pessoas que comungam princípios e valores capazes de alicerçar uma nova ordem que possa garantir a vida plena do planeta e de todos os seres vivos.


E embora não tenha as respostas, tenho minha indignação e a força das minhas palavras!


Tenho uma vontade imensa de abraçar a humanidade e a Mãe terra com meus braços de mulher, e derramar todo o AMOR que inunda meu coração, em forma de solidariedade e cuidados, como um bálsamo que pode curar os humanos do seu egoismo e transmutar os conflitos numa marcha pela vida.


Vamos juntos ensaiar esta nova ciranda, vamos mudar esta dança, tecer manhãs de esperança e entoar o hino da PAZ? Não posso dançar só...