sábado, 16 de janeiro de 2010

MUDAR A DANÇA

Já é ano novo gente! Hora de colocar em prática todas aquelas inúmeras promessas de mudanças, reavaliar o compasso que pautamos nossas notas, balançar as cadeiras em outros ritmos, solfejar em outro tempo! Ousar novos passos, atrever-se a dançar em outros braços!


Gostaria de começar o ano com suaves mensagens de amor e esperança, com uma matéria inspiradora de passeios internos que levam alento aos corações feridos e aconchego às almas solitárias, falar da necessidade de cuidados pessoais e amor próprio como base das relações com o resto do mundo; mas meu coração está aflito com o que meus sentidos captam da humanidade... Minha alma sabe que não é isso que pode salvar qualquer um de nós de toda a destruição que vai à nossa volta, e que a VIDA é muito maior que nosso pequeno universo particular.


Já é tempo de olharmos para o mundo que estamos consumindo, com maior responsabilidade! Não dá mais para disfarçar, fazer de conta que não é com a gente esta história de salvar o planeta, nossa MÃE, nossa casa, nosso seio. Não dá mais para não tomar posição diante da destruição dos valores que garantem a vida em todas as suas dimensões, não dá mais para correr atrás da individual felicidade enquanto o mundo desaba.


Meu querido Mestre Pierre Weil dizia e reforçava sempre em suas palestras, que precisamos ‘perder a ilusão da separatividade’, tudo que acontece lá fora, acontece dentro de nós, e que precisamos quebrar o pote e entender de uma vez por todas que somos ondas esquecidas de que somos mar! Navegantes do imenso oceano cósmico como uma de suas células, poeira de estrelas, humanóides normóticos em suicídio coletivo!


O terror das guerras no mundo reflete-se em nós em crises de pânico; as aberrações e desmandos políticos, as lutas por todos os tipos de poder, causam insegurança e transtornos de ansiedade com fobias intermináveis; a fome das crianças e a opressão das mulheres no mundo fazem da esperança uma palavra sem sentido, a falta de AMOR esmaga vidas em intensas crises depressivas enquanto o ritmo acelerado das competições fabrica neuroses das mais requintadas espécies... Estamos muito doentes!


Não tenho respostas prontas para nada, não sei quais são os caminhos para nossa salvação. Mas sei que acredito nela. Diante da impotência de reconhecer as direções, atrevo-me a abrir picadas e explorar virgens espaços, assumir o desespero diante da tragédia que nos apresentou a última reunião dos ‘poderosos’ pela salvação do planeta, e gritar bem alto esse pedido de SOCORRO pela VIDA. Gritar para que possam ouvir os seus próprios gritos, prestar mais atenção na posição tomada diante do iminente caos.


Ainda bem que hoje sei que as perguntas são mais importantes que as respostas, pois elas não encerram o processo de aprendizagem e construção do conhecimento. As perguntas devem ser as grandes aliadas da nossa evolução pessoal, promotoras de encontros entre pessoas que comungam princípios e valores capazes de alicerçar uma nova ordem que possa garantir a vida plena do planeta e de todos os seres vivos.


E embora não tenha as respostas, tenho minha indignação e a força das minhas palavras!


Tenho uma vontade imensa de abraçar a humanidade e a Mãe terra com meus braços de mulher, e derramar todo o AMOR que inunda meu coração, em forma de solidariedade e cuidados, como um bálsamo que pode curar os humanos do seu egoismo e transmutar os conflitos numa marcha pela vida.


Vamos juntos ensaiar esta nova ciranda, vamos mudar esta dança, tecer manhãs de esperança e entoar o hino da PAZ? Não posso dançar só...







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