segunda-feira, 24 de agosto de 2009

PSICOLOGIA E CIDADANIA

PSICOLOGIA E CIDADANIA

“A semeadura é livre, mas a colheita, obrigatória”!
Gostaria de dar o crédito ao autor dessa frase, mas já foi tão usada e abusada que deve ter se tornado de domínio público. É uma verdade reconhecida e reforçada cada vez mais, tanto pelas tradições espirituais quanto pelos filósofos de plantão, e que nós, pessoas comuns, confirmamos pelos caminhos da vida.
As escolhas que fazemos são as sementes que plantamos diariamente. As palavras, as atitudes, as mais simples funções e a maneira como as desempenhamos, são nosso imenso canteiro de obras na terra.
Céu e inferno é aqui mesmo que acontecem!
Podemos escolher participar ou não do destino do lugar onde vivemos. Podemos escolher ser alguém que faz a diferença ou ser apenas alguém que passa sem ser notado pela vida. Não estou falando de grandes feitos da humanidade, estou falando de ser o melhor que se pode ser dentro da própria casa, com o próximo mais próximo, no trabalho, na vida social.
Olhamos esse mundo de violência e injustiça e ficamos indignados... Sentimos a impotência diante das crianças famintas da África e das bombas matando os meninos da ‘guerra santa’. Guerra santa!!!
Falamos mal dos governos e sacrificamos o orçamento familiar para manter os filhos na escola privada, pagar planos de saúde, colocar grades de segurança em nossos pertences materiais... Infelizmente, fazemos isso também com nossas almas... Cada vez mais fazemos nossos jardins dentro de muros imensos onde ninguém pode apreciar sua beleza, só nossos convidados especiais, aqueles que, supostamente, não pisotearão nossas flores nem roubarão nossos brotos. Temos medo dos nossos irmãos e construímos universos paralelos cheios da ilusão de que estamos separados do todo.
Enquanto isso, a educação do nosso povo fica abandonada, o sistema de saúde gravemente doente e a política cada vez mais podre e decadente como comprovamos a cada novo escândalo. As cidades, cada vez mais feias e cheia de grades, de altos muros com cercas elétricas e condomínios fechados, com as praças públicas abandonadas e tristes.
Mas... O que fazemos?
Só podemos fazer a diferença onde estamos, no local que vivemos, onde atuamos. Só podemos tornar melhor o mundo em que vivemos começando por onde estamos todos os dias. Tornando-nos pessoas melhores primeiramente na relação íntima entre nosso ego e nossa alma. Melhorando a auto imagem, a auto estima, assumindo nosso papel no mundo com generosidade.
Ser generoso é dar o melhor de si onde quer que esteja e o que quer que faça. A generosidade é uma das grandes alavancas para uma auto estima saudável e elevada, sem narcisismo e megalomania.
Temos dons e informações. Informações transformam-se em conhecimento quando as apreendemos e passam a fazer parte de nossas vidas. Conhecimento torna-se sabedoria quando o vivenciamos verdadeiramente no dia a dia. Já os dons, nos são ofertado graciosamente, como que por magia recebemos talentos que nos tornam mais hábeis que outros em determinadas questões. Todos recebemos talentos e precisamos descobri-los!
Muitas vezes só descobrimos nossos dons quando experimentamos fazer as coisas que desejamos. Se eu não cantar, jamais descobrirei se tenho talento para tal, se eu nunca tiver a oportunidade de pintar, não se revelará em mim a arte que possa estar latente.
Acredito que recebi o dom para a escrita, as palavras fluem livres e facilmente, gosto de fazer poesia e mergulhar no prazer da arte literária, mas não é a minha poesia que pode contribuir, nesse momento, para um mundo melhor. Tenho conhecimentos adquiridos durante os longos anos da minha profissão, instrumentos que as pessoas precisam para construírem um mundo melhor dentro e fora delas, e sinto que é essa a maior contribuição que posso prestar aqui onde vivo, no tempo presente. Para tal, aqui estou, ganhando espaço neste jornal que também acredita nas mesmas premissas, podendo exercitar o papel de cidadã ao mesmo tempo que desenvolvo a função social da psicologia, que é trazer ao mundo a expansão da consciência humana.
Não quero ter a sensação de falar só de coisas que eu mesma preciso ouvir. Não quero monologar com o leitor, quero dialogar e escrever sobre temas sugeridos, interagir, comunicar verdadeiramente, ouvir suas críticas e sua alma, poder corresponder às suas expectativas e necessidades.
Deixo aqui o meu e-mail para podermos nos comunicar diretamente : joanaparo@ig.com.br.
Agradeço ao jornal a oportunidade de, através deste veículo, cumprir uma parte importante da minha missão no mundo.

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