segunda-feira, 24 de agosto de 2009

TEU RISO É TUA GRAÇA

Como dizia o poeta Vinícius de Moraes:

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração.

A luz no coração dissipa as trevas , revela as cores , espanta a solidão . A luz que aquece o frio da indiferença, derrete o gelo do egoísmo e faz brotar as sementes da esperança, nem sempre brilha nos corações humanos.
Alegria é a forma que o humor encontrou para manifestar seu lado mais positivo e produtivo. Para a alma é o bálsamo e para o corpo, o elixir.
Por falar em humor, não há algo que provoque mais sofrimento que a falta dele em nossa vida. Seja de dentro para fora ou de fora para dentro. Não é nada fácil conviver com pessoas que vivem de ‘mal humor’, mais difícil ainda é conviver consigo mesmo sem encontrar a própria graça e expressá-la no dia a dia.
“A vida é uma tragédia vista de perto e uma comédia quando vista de longe”, dizia Charles Chaplin, que sabia provocar risos e encontrar a graça em situações improváveis, como podemos comprovar assistindo aos seus filmes.
“Rir é o melhor remédio” exatamente porque libera hormônios estimulantes como a adrenalina e a noradrenalina, acentua a freqüência respiratória oxigenando melhor o sangue e aumentando os batimentos cardíacos. Quando achamos graça, nosso cérebro produz endorfina, substância química natural que alivia a dor. Com menos dor, o clima fica mais propício para acharmos graça na vida. É um processo que se retroalimenta.
Freud, o pai da psicanálise, afirmava que o riso é uma tentativa de recuperação da espontaneidade da infância. Ele define o instante da comicidade como a eliminação temporária da censura diante da angústia e da ansiedade, assim como o sonho, o imaginário e a fantasia. Para ele, o humor funciona como uma válvula de escape psicológica, impede a pressão do recalque e nos ajuda a lidar com as angústias inevitáveis. O ‘chiste’, aquela piada ou trocadilho que somos capazes de fazer com as tragédias da vida, é uma tentativa de tornar mais leve o sofrimento que elas nos causam.
A autocrítica bem humorada é uma forma de ternura para consigo mesmo. Rir dos próprios defeitos ameniza seus efeitos e torna a vida mais leve. Treinar o bom humor no dia a dia é uma espécie de inteligência, de sabedoria que podemos fazer crescer em nós e todos temos em potencial, é preciso apenas remover as barreiras que o aprisionam.
O riso é irreverente, nos permite aceitar sem compreender, assumir tudo sem levar nada a sério, é coragem. Quando esquecemos o riso, esquecemos as canções de amor, a dança, o gozo e a beleza da vida. Só existe paz na alegria.
O bom humor fortalece o psiquismo e desenvolve a resiliência, o equivalente psicológico da resistência física, uma espécie de força mental expressa na capacidade de suportar crises, perdas ou frustrações e encontrar algo positivo mesmo em experiências profundamente dolorosas. Quem vê o lado cômico da vida costuma sofrer menos infartos ou derrames, sente menos dor e vive até quatro anos e meio a mais que as pessoas sisudas, conforme mostram as pesquisas.
Então, caros amigos, vamos buscar a nossa graça. A vida é a matéria prima, o importante é voltar nosso olhar para o inusitado, para enxergar além do óbvio, pois o humor costuma estar no desencaixe, na incoerência das situações. Não leve a vida tão a sério, ria de si mesmo, brinque com ela e vá esboçando assim a tão desejada felicidade.
Vamos distribuir alegria ao mundo, contagiar com bom humor as pessoas com quem convivemos, afinal, ser generoso é disponibilizar ao universo aquilo que temos de melhor em nós. Humor é amor em sorrisos.

Joana Carolina Paro

Publicado em 22 de agosto de 2009 no jornal 'Diário de Penápolis.

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